domingo, 18 de setembro de 2011

Salvem o Planeta!

Edward Wilson, biólogo americano, autor de um celebrado estudo sobre a fartura de seres vivos no planeta, chamado Diversidade da Vida, foi um dos pioneiros a alertar sobre a extinção em massa de espécies causada pela atividade humana no século XX. Este cientista é fundador da Sociobiologia, ciência que estuda a base genética do comportamento social dos animais, inclusive o ser humano. Ganhador duas vezes do Prêmio Pulitzer por Formigas, inseto do qual é o maior especialista mundial, e Sobre a Natureza Humana, em que estuda o modo como a evolução se reflete na agressividade, na sexualidade e na ética humana. Em 2006, aos 76 anos, aposentado, mas em plena atividade era professor e escritor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Disse em entrevista à Revista Veja que, a situação é tão grave que ciência e religião deveriam se unir na defesa da biodiversidade: "Religiosos e Cientistas deveriam deixar de lado as diferenças. Para ambos a natureza é sagrada, pois dela depende a criação humana."
Existe uma crença de 51% da população americana que acredita que Deus criou os seres humanos há milhões de anos atrás. Outros 34% acreditam que houve uma evolução da espécie guiada por Deus. Somente os 15% restantes dizem que os cientistas estão corretos. Enquanto que na Europa 40% aderem à tese de que as espécies evoluíram por seleção natural, e apenas uma minoria concorda com os criacionistas, que descartam a teoria da evolução.
Ele se diz evolucionista, mas também é um espiritualista, ou seja, religioso. E afirma que, nos estágios iniciais da evolução humana, derrotar a natureza era uma questão de sobrevivência. Hoje, vencer a natureza significa destruir parte do que resta de vida na Terra. "Temos de saber quando parar", disse ele. Um estudo da ONU estimou que em 2050 a população mundial atinja o pico de 9 bilhões de pessoas e que a maioria dos especialistas acredita que os recursos existentes na Terra suportariam essa superpopulação sem destruir a natureza.  A preocupação é que, embora existam 50.000 espécies de plantas cultiváveis, a espécie humana apenas utiliza vinte tipos para se alimentar, entre elas as principais são arroz, milho e trigo. Se soubermos preservar o que restou da natureza e torná-la mais produtiva teremos como alimentar a população prevista. Até inclui a modificação dos alimentos como os transgênicos que, segundo ele, não causam danos à saúde humana nem a ecologia. Contudo, estamos próximos de atingir um estágio de desenvolvimento no qual poderemos decidir sobre nossa própria evolução. Teremos de ser cuidadosos ao mudar a natureza, pois é ela que nos faz humanos.
Ao ser perguntado qual o limite? Ele diz não saber, por estar fora de seu alcance. Precisamos de mais conhecimento sobre genética, saber melhor o que somos, qual é a natureza humana e quais as consequências dessas mudanças na organização de nossa sociedade atual. Acrescentou que é uma grande pergunta. Nós mal conseguimos entender a nós mesmos nas condições atuais. Tentar entender como seríamos se nos alterássemos geneticamente é um passo gigantesco.
Ele acha que os religiosos precisam se unir com os cientistas para pensar no futuro do planeta e ainda acha que é eticamente aceitável que eles encontrem uma explicação genética para o comportamento homossexual. Pois, se a ciência provar que tem uma base genética e que o gene está bem distribuído na população, os gays vão poder dizer: “A evolução natural nos fez assim, e por isso, não há nada de errado no que fazemos e no tipo de vida que levamos”. Mas, se ficar comprovado ao contrário, ganhará força a tese do trauma na infância e os defensores dessa teoria vão ter argumentos para querer curar e corrigi-los. Pois até que se descubra a verdade sobre o assunto, essa discussão vai continuar indefinidamente. Por isso, precisamos saber mais e melhor, pois quanto mais soubermos, mais livres seremos.

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